IF - Rudyard Kipling & Tradução de Mariana Inverno
If—
BY RUDYARD KIPLING
If you can keep your head when all about you
Are losing theirs and blaming it on you,
If you can trust yourself when all men doubt you,
But make allowance for their doubting too;
If you can wait and not be tired by waiting,
Or being lied about, don’t deal in lies,
Or being hated, don’t give way to hating,
And yet don’t look too good, nor talk too wise:
If you can dream—and not make dreams your master;
If you can think—and not make thoughts your aim;
If you can meet with Triumph and Disaster
And treat those two impostors just the same;
If you can bear to hear the truth you’ve spoken
Twisted by knaves to make a trap for fools,
Or watch the things you gave your life to, broken,
And stoop and build ’em up with worn-out tools:
If you can make one heap of all your winnings
And risk it on one turn of pitch-and-toss,
And lose, and start again at your beginnings
And never breathe a word about your loss;
If you can force your heart and nerve and sinew
To serve your turn long after they are gone,
And so hold on when there is nothing in you
Except the Will which says to them: ‘Hold on!’
If you can talk with crowds and keep your virtue,
Or walk with Kings—nor lose the common touch,
If neither foes nor loving friends can hurt you,
If all men count with you, but none too much;
If you can fill the unforgiving minute
With sixty seconds’ worth of distance run,
Yours is the Earth and everything that’s in it,
And—which is more—you’ll be a Man, my son!
SE
Se fores capaz de manter a calma, quando
Todo o mundo em redor já a perdeu e te culpa.
Se podes em ti crer quando todos duvidam,
E para os mesmos no entanto encontrar desculpa.
Se fores capaz de esperar sem te desesperares,
Ou, se enganado, não mentires ao mentiroso,
Ou, sendo odiado, não deres espaço ao ódio,
E contudo não pareceres bom demais, nem pretensioso.
Se fores capaz de sonhar - sem que os sonhos te dominem.
Se fores capaz de pensar e não tornares o pensamento o teu alvo.
Se, ao encontrares a Desgraça e o Triunfo, conseguires
Tratar da mesma forma a esses dois impostores.
Se fores capaz de suportar a verdade de que falaste,
Ardilosamente mudada a fim de armadilhar os tolos
E ver as coisas pelas quais deste a vida destruídas
E refazê-las com ferramentas já gastas.
Se fores capaz de arriscar de uma única vez
Tudo quanto ganhaste em toda a tua vida
E perder e, ao perder, sem dizer uma única palavra,
Voltar ao ponto de partida.
Se fores capaz de forçar coração, nervos, músculos, tudo,
A dar seja o que for que neles ainda exista
E a persistir quando, exausto,
Resta apenas em ti a vontade que ainda te ordena: Persiste!
Se fores capaz de falar com as multidões e não te deixares corromper,
E caminhar entre reis sem perder a naturalidade.
Se nem inimigos ou amigos dedicados te possam ferir
Se todos puderem contar contigo, mas nenhum em demasia.
Se fores capaz de dar, segundo a segundo,
Ao minuto fatal todo o valor e brilho.
Tua é a Terra com tudo o que nela existe
E - o que é mais - serás um Homem, meu filho!